Compromisso é Compromisso
Vamos voltar à história do casamento de Isaque e Rebeca. Os anos se passaram. Nasceram-lhes dois filhos: Esaú e Jacó. Isaque, velho e cego, chamou Esaú para lhe dar a bênção reservada ao primogênito. "Disse-lhe o pai: Estou velho e não sei o dia da minha morte. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, e faze-me uma comida saborosa, como eu aprecio, e traze-ma para que eu coma, e te abençoe antes que eu morra. Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho. E foi-se Esaú ao campo para apanhar a caça e trazê-la. Então disse Rebeca a Jacó, seu filho: Ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, assim: Traze caça, e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma e te abençoe diante do SENHOR, antes que eu morra. Agora, pois, meu filho, atende às minhas palavras com que te ordeno. Vai ao rebanho, e traze-me dois bons cabritos; deles farei uma saborosa comida para teu pai, como ele aprecia; levá-la-ás a teu pai, para que a coma, e te abençoe, antes que morra." (Gênesis 27.2-10). Jacó seguiu as instruções da mãe, enganou o pai e recebeu a bênção. Quando Esaú tomou conhecimento do que se havia passado, implorou ao pai: "Abençoa-me também a mim, meu pai! Respondeu-lhe o pai: Veio teu irmão astuciosamente, e tomou a tua bênção" (Gênesis 27.34,35). Mesmo tendo sido enganado, Isaque entendeu que a sua palavra não podia voltar atrás. Assim também é o nosso compromisso conjugal: ele é muito sério e não deve ser revogado, mesmo que o tenhamos feito sem tomar as devidas precauções. Compromisso é compromisso!Deus abomina a atitude daqueles cônjuges que renegam seus compromissos. "Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua
companheira e a mulher da tua aliança. Porque o SI.NHOR Deus de Israel diz que odeia o repúdio; e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis." (Malaquias 2.13, 14 e 16).
Ninguém tem o direito de fugir ao compromisso assumido no casamento. O argumento de que o amor morreu não justifica a separação de um casal. Dietrich Bonhoeffer, no sermão pregado no casamento de sua sobrinha, afirmou: "Assim como é a posse da coroa, e não apenas a vontade de reinar, que faz um rei, da mesma forma, no casamento, não é somente o seu amor mútuo que os une perante Deus e os homens. Assim como Deus está acima do homem, assim também estão a santidade, os direitos e as promessas do casamento acima da santidade, dos direitos e das promessas do amor. Não é o seu amor que susterá o casamento, mas, doravante, é o casamento que susterá o seu amor."
Conclusão
A base sobre a qual deve ser edificado o matrimônio é o compromisso. O amor é muito importante, mas ele também só subsistirá se estiver edificado sobre o compromisso.
O compromisso assumido diante do altar deve ser levado até as últimas consequências. Pois com Deus não se brinca. É melhor não assumir compromisso, do que, assumindo-o, não o cumprir. "Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem." (Mateus 19.6).
Para Refletir
"O cônjuge mais feliz não é aquele que se casou com a melhor pessoa, mas aquele que consegue extrair o que há de melhor na pessoa com quem se casou".
Fonte: Livro oficina de casamento, Adão Carlos Nascimento