A VOZ DO DESERTO
S.MAT.3:1-12
I.INTRODUÇÃO:
A.JOÃO BATISTA - Foi no ano XV do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era o
presidente da Judéia, Heródes exercia a função de tetrarca da Galiléia, e
Filipe seu irmão fazia o mesmo na região da Ituréia, que apareceu o pregador do
deserto, o mensageiro do Senhor, o profeta do Altíssimo, "João
Batista."
João Batista nasceu cerca do ano 7
AC ., fIlho do sacerdote Zacarias e Isabel sua
esposa. Consagrado nazireu de Deus, João cresceu e viveu no deserto da Judéia.
João Batista foi o precursor do Messias. Considerado por Jesus
como o maior membro da sucessão profética: "Em verdade vos digo: Entre
os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João"
(S.Luc.7:28).
B. O NOVO PREGADOR ‑ Em meio
às rochas, às montanhas, às despidas colinas, aos ásperos barrancos e cavernas
do deserto, à margem direita do Jordão, estava o novo pregador.
Homem determinado, corajoso, humilde, veraz e respeitado. À
semelhança de Elias, estritamente temperante, vegetariano 3TMS,62: 1 LUSTRAR
-"Seratonia Siliqua"= gaLanhoto. Semelhante a alfarroba, um tipo de
feijão lima.
Expressão forte, cabelos à maneira nazareno, feições austeras,
olhos profundos, de um fulgor misterioso. Cinturão de couro, vestido com pelo
de camelo, comendo gafanhotos e mel silvestre.
Um homem com uma mensagem de arrependimento, social, ética,
moral, segundo os seguimentos da sociedade.
Um homem simples, sem ambições, sem vaidade, sui generis,
comprometido com a glória de Deus!
João de seu quieto retiro, observava, vigiava o desdobrar dos
acontecimentos. Qual Moisés entre as montanhas de Midiã. Sozinho,
no silêncio da noite, num misto de respeito e regozijo,
examinava os rolos dos profotas.
II. O MINISTÉRIO DE JOÃO BATISTA:
A. A MISSÃO DE
JOÃO BATISTA -‑A nação achava‑se em
estado de excitação, descontente, em ódio nacional, vizinhos de uma revolta.
Com a remoção de Arquelau, a Judéia fora posta sob o domínio
de roma. Foram introduzidos pelos governos romanos a tirania, a extorção,
símbolos e costumes pagãos.
A cobiça, o luxo, o sensualismo, a prostituição, as festas, os
banquctes, as glutonarias, os subornos, o pecado, predominavam.
João devia impressionar àquele povo com a santidade dos
reclamos divinos. Preparar o povo para receber o Messias.
Por sua constituição ffsica, seu dominio em reger os apetites,
as paixoes, por sua simplicidade no vestuário, João devia constituir uma
repreensão para sua época.
Ente a discórdia e o conflito, o luxo e o sensualismo, os
banquetes e as glutonarias, ouviu‑se a voz do deserto: "Arrependei‑vos,
porque é chegado o reino dos Céus."
De região em região, de cidade em cidade, de vila em vila, de
pessoa em pessoa, de boca em boca, como um relampago a cortar os ares, vibram
as boas‑novas nas terras da Palestina, o surgimento do novo profeta de Deus, o
Mensageiro do Senhor.
Muitos acreditavam que fosse um dos profetas que ressuscitara.
Toda a nação se comoveu. Multidões afluíam ao deserto, para ouvir o novo
pregador.
B. A MENSAGEM DE
JOÃO BATISTA - Era direta, biblica,
cristocêntrica, de decisão, restauração e reforma
Não havia nada de longos argumentos, de discussões teológicas,
de teorias belamente traçadas e retórica. Era uma mensagem pura, simples,
natural, breve e eloquente.
Todos que ouviam saiam como que estupetatos, com os corações pungidos,
tocados, pelo senso de seus pecados.
João proclamava a vinda do Messias, chamava o povo ao
arrependimento e batizava‑os nas águas do Jordão.
Declarava que sem porificação de coração e vida, não poderiam
ter parte no reino do Messias.
João enfrentava com reprovação o pecado, declarava a verdade
quer ouvissem, quer doixassem de ouvir, doecem a quem doecem e ferissem a quem
ferissem, a verdade era dita.
Aos fariseus e saduceus, altos dignatários religiosos dizia:
"Raça de viboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?
Produzi, pois, fruto digno de arrependimento e não penseis que basta dizer:
"Temos por pai a Abraão," pois, eu vos digo que mesmos destas pedras
Deus pode suscitar filhos à Abraão."
Isso não prova nada! Deus pode até mudar estas pedras aqui em
judeus.
Quanto a Heródes e seu casamento com Herodias, disse:
"Não é licito possui-la. É a mulher do teu irmão Filipe. Isso é
transgressão do sétimo mandamento, é adultério na integra."
Aos ricos João Batista recomendava: "Quem tiver duas
túnicas reparta com o que não tem; e, quem tiver alimento, faça do mesmo
modo."
Aos publicanos, cobradores de impostos asseverou: "Não
peçais mais do que vos está ordenado."
Aos temidos, bárbaros, soldados romanos, saqueadores dos povos
vencidos falou: "A ninguém trateis mal, nem defraudeis; e contentai-vos
com o vosso soldo."
C. O AUDITÓRIO DE
JOÃO BATISTA -‑Era variado:
"cavaleiros elegantes e matronas ricamente vestidas da capital palestina,
lavradores da Judéia, pescadores da Galiléia, mercadores, publicanos, pastores
e os soldados da guarnição de Pôncios Pilatos. João era ouvido por todas as
classes: "Sacerdotes, oficiais, intelectuais do sinédrio, até mesmo o
próprio Heródes. Iletrados, coletores, soldados, pescadores e camponeses.
O povo ficava eletrizado com a voz do pregador. Um eremita, um
homem esquisito, estranho, rude! Um enviado de Deus! Um mensageiro do Senhor!
Um contagioso e integro evangelista.
João combateu o orgulho, os prazeres mundanos, e a lotas pelo
status, pelo poder, as altas posições.
D. O BATISMO DE
JOÃO BATISTA ‑ João administrou o
batismo do arrependimento, uma experiência exterior de uma remissão interior.
João administrou um ritual externo, enquanto Jesus efetuaria
uma mudança interna.
O batismo de João simbolizava uma limpeza moral, enquanto,
Jesus seguraria a pureza de coração, de vida.
João suplicava que o batizando separasse do pecado. Porém,
Jesus salvaria da culpa, do poder do pecado.
O ato de João era de momento, o de Jesus seria eterno,
permanente.
Muitos arrependidos, foram ter com ele, confessando os seus
pecados e pedindo o batismo e receberam o batismo.
"Eu, em verdade, vos batizo com água, para o
arrependimento", disse João, "Mas Aquele que vem após mim é mais
poderoso do que eu; cujas sandálias não sou digno de levar; Ele vos batizará
com o Espirito Santo e com água e com fogo" S.Mat.3: 1 1.
Vendo João o povo voltar‑se para ele, buscava encaminhar‑lhes
a fé para Aquele que haveria de vir. “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo".
III. CONCLUSÃO: A
VIDA DE JOÃO É UMA INSPIRACÃO
A. JOÃO DÁ‑NOS UM
BELO EXEMPLO DE MINISTÉRIO Comparando o
nosso ministério com o ministério dele poderiamos ser o mesmo exemplo para
outros.
João apresentava aos homens, às pcssoas, a pessoa de Jesus
Cristo.
As atenções das multidões concentravam-se na mensagem que João
pregava.
João não temia apresentar a mensagem de maneira clara,
simples, direta, diante de quem quer que fosse, mesmo que isso significasse
para ele o risco de perder a própria vida.
João não foi um grande teólogo, um grande filósoto, um rabi.
Contudo, reis, nobres, fariseus, saduceus, oficiais, soldados, deram ouvidos às
suas pregacões.
É fácil acostumar‑se com a fama e a glória humana. É fácil
começar a pensar que os homens vêm à igreja por causa do mensageiro e não da
mensagem. Mas no caso de João, ele não se deixou arruinar pêlos aplausos, pela
fama.
Um dia apareceu outro pregador, as multidões começaram a
correr atrás dele, a encher o auditório onde ele pregava.
As pesscas abandonaram João com a mesma rapidez com que o
procuravam.
Como é que João deveria sentir‑se agora? Frustrado? Esquecido?
Derrubado? Caiu de joelhos e entendeu que sua missão estava
chegando ao fim.
O que ele nunca podia pensar era que seu fim seria mais
trágico do
que imagmava.
Após um ministério evangelístico, frutífero, de humildade e
testemunho, caiu sob o vento tempestuoso e desalmado de Heródes, tetrarca da
Galileia, homem frio, cruel.
Lá na prisão, só, abandonado, esquecido, foi sobressaltado
pela dúvida, pelo temor.
João mandou perguntar a Jesus: "És Tu Aquele que estava
para vir, ou havemos de esperar outro?"
Se era Jesus, o Messias aguardado, se era Ele o Libertador de
Seu povo, porque permitia que João apodrecesse numa prisão imunda?
Se era Aquele que curava leprosos, fazia andar paralíticos e
ressuscitava mortos, não tinha poder para libertá‑lo?
E a resposta foi: "Ele faz grandes coisas, nunca vistas,
e as multidões O seguem. "Importa que Ele cresça e que eu dimiua."
Após um ano e quatro meses de prisão na Fortaleza de
Maquereus, foi decapitado, para satisfazer os caprichos e desejos sanguinários
da ímpia Herodias.
IV. APÊLO: ESTÁ
VOCÊ COMPROMETIDO COM A GLÓRIA DE DEUS COMO JOÃO BATISTA?
A. PODEMOS
PERMITIR QUE O NOSSO NOME DESAPAREÇA - Enquanto para glória de Deus outros apareçam?
É do deserto e dos momentos de companheirismo com Cristo, que
virá a resposta!
Podemos não ser um evangelista como João Batista, mas podemos
conquistar almas como João.
Talvez não sejamos contagiosos como João, mas podemos ser
aquele mendigo que contra a outro onde encontrar o pão.
B. DEUS CHAMA
HOMENS COMO JOÃO BATISTA -‑ Homens para o qual pecado é pecado, erro é
erro. Homens que tenham uma mensagem de decisão e reforma.
Homens que sejam um João Batista na pureza, na temperança, no
testemunho, na restauração da verdade.
Homens que tenham uma tarefa a cumprir, que apresentam ao
mundo a pessoa de Jesus Cristo.
Homens que digam ao mundo que Vindo é o Reino de Deus, que
Cristo vem logo' Que esta é a hora do juízo de Deus' Que o tempo está curto,
que o fim está às portas, que a porta da graça irá fechar!
Pr. Ercides Inácio de Oliveira